Não pensei duas vezes. Respondi com toda minha alma:
— Sempre 18.
Ele levantou e veio até mim, devagar, com aquele olhar que parecia mais perdido que eu desde que nasci. Escorou-se no corrimão dos degraus e cruzou os braços:
— O que você fez de mais louco quando completou 18 anos? – perguntou.
Sorri e respondi, sem sombra de dúvidas, retirando os cabelos da nuca e mostrando:
— Esta tatuagem.
Sim, era a carta do rei de copas, que fiz para ele. A tatuagem foi feita no dia exato em que completei 18 anos.
Não recebi um sorriso sequer. Ele simplesmente foi indiferente a homenagem que lhe fiz. Respirei fundo, tentando entender que eu não era a primeira, nem a última a desenhar no corpo algo referente a Fred Hunt ou a 4 Nipes. Uma infinidade de pessoas já devia ter feito aquilo na vida.
Ficamos nos olhando, sem dizermos nada um ao outro, o sil