O estúdio particular ocupava o último andar da casa, isolado por paredes acústicas e vidro grosso. Parecia um universo à parte do mundo, como uma caverna de som. O teto era coberto por painéis de espuma preta e difusores de som, com cabos passando como veias sob todo o ambiente.
Logo na entrada, havia uma área de descanso, com alguns sofás de couro estilo puff. A mesa no centro era sempre cheia de garrafas, copos e cinzeiros. Raramente não havia partituras sobre ela. A luz era suave. O odor metálico dos instrumentos sempre carregava o ar.
O estúdio era dividido em dois espaços por uma parede de vidro grosso. Do lado de dentro, no booth de gravação, o microfone principal, um Neumann prateado, que pendia de um suporte com o pop filter inclinado. Um violão acústico descansava sobre uma cadeira giratória, com o cabo enrolado até o chão. Minha guitarra parecia se exibir o tempo todo, chegando a brilhar, implorando para ser tocada.
Do outro lado, na sala de controle, um painel imenso de mix