O delineador borrado e a boca pintada de vermelho escuro faziam um contraste perigoso com o jeito frio de segurar o instrumento, como se fosse uma arma. Sempre a vi com como uma mistura de fascínio e exaustão. Ela era linda demais para ser ignorada e instável demais para confiar.
O corpo magro escondia uma força elétrica que se manifestava no palco: cada nota que ela tirava do baixo vinha com raiva, com ritmo, com tudo o que eu mesmo já não conseguia sentir.
De perto, o perfume dela era uma mistura de suor, cigarro e baunilha... doce e ácido, como tudo nela. Era o tipo de mulher que podia destruir um homem apenas com um olhar prolongado.
— Eu dormi com ela, há quase seis anos atrás, no ônibus da 4 Nipes.
— Ela sabe que dormiu com você ou acha que foi com o Fred? — perguntou, com sua inteligência e perspicácia, já entendendo o que poderia ter acontecido.
— Ela acha que dormiu com o Fred. Mas o filho é meu, porque ela dormiu comigo naquela noite. Isto aconteceu em Noriah Sul, quando o h