Estar prestes a dar à luz é como ficar à beira de um precipício, com os pés no ar e o coração acelerado.
A qualquer momento, a vida como você conhece pode mudar — de novo.
E comigo, não era só a maternidade que me transformava.
Era a presença dele.
Gabriel estava cada vez mais presente.
Mais atento.
Mais… humano.
E por mais que eu tentasse manter uma distância segura, estava ficando impossível fingir que meu coração não começava a ceder.
Marina e eu tínhamos um cronograma para as últimas semanas: malas da maternidade prontas, documentos separados, pediatra escolhido, plano de parto revisto.
Tudo sob controle.
Ou quase tudo.
— Já decidiu se o Gabriel vai estar na sala com você? — ela perguntou, dobrando as fraldas com perfeição cirúrgica.
— Ainda não.
Ela me lançou aquele olhar que só amigas íntimas sabem dar.
— Mas você quer que ele esteja, né?
Suspirei.
— Quero. Mas tenho medo de me magoar de novo.
— Talvez agora ele esteja pronto pra não fugir.
— E se não estiver?
Ela coloc