A noite se arrastou até a madrugada, e ainda assim eu não consegui dormir direito. A imagem de Anna no meu escritório, com aquele olhar curioso e determinado, ainda está fresca na minha mente.
Eu tento me convencer de que não devo me aproximar dela, mas é como lutar contra uma força invisível que insiste em me puxar.
Quando chego à empresa no dia seguinte, Helena já está na minha sala. Minha irmã sempre foi meu alicerce.
— Você está com olheiras, irmão. — Ela diz, erguendo uma sobrancelha. — Deixa eu adivinhar… não é só por causa das fusões e contratos, certo?
Ignoro o comentário, jogando minha pasta sobre a mesa.
— Helena, não começa.
Ela cruza os braços, com um sorriso debochado.
— Então é verdade. Tem alguém mexendo com você.
Não respondo. Porque, no fundo, ela está certa.
Antes que eu possa mudar de assunto, a porta da minha sala se abre e meu tio Augusto entra sem bater. Ele é um homem imponente, de terno caro e expressão severa. Só de vê-lo, já sinto a tensão aumentar.
— Gabr