O despertador tocou às seis e meia, e eu já estava acordada. A verdade é que quase não dormi. Passei metade da noite pensando em Gabriel.
No jeito como ele me olhou durante a reunião. No toque acidental dos nossos dedos ao mesmo tempo que pegamos a mesma caneta.
É absurdo como algo tão simples pode mexer tanto comigo.
Tomei um banho rápido, tentando afastar esses pensamentos, mas tudo que consegui foi lembrar de como ele parecia distraído ontem, durante o almoço na varanda. Como se houvesse algo que queria dizer, mas não disse.
Me olhei no espelho antes de sair do quarto, ajeitando a camisa branca que escolhi. Não sei por que perdi tanto tempo escolhendo a roupa hoje. Talvez eu queira impressioná-lo, mesmo sem admitir.
Quando desci para o café da manhã, ele já estava lá, sentado sozinho, com uma xícara de café na mão e o celular na outra. Ele usava uma camisa azul marinho que destacava ainda mais os olhos castanhos, e por um segundo, fiquei parada, apenas olhando para ele.
Ele levan