Entre tonturas, promessas e mãos entrelaçadas
A madrugada se arrastava silenciosa pelo apartamento, densa como um suspiro preso na garganta. O som suave do ventilador girando no teto era a única música naquela penumbra calma, enquanto a cidade lá fora dormia indiferente. A luz fraca da rua invadia o quarto pelas frestas da cortina, desenhando sombras pálidas sobre as paredes.
Salvatore dormia de lado, com o rosto sereno e os traços finalmente relaxados, como se os fantasmas que sempre o rondavam tivessem, por ora, recuado. A respiração dele era lenta e profunda, o peito subindo e descendo num ritmo quase hipnótico. Pela primeira vez em dias, ele parecia em paz.
Mas Olivia não conseguia dormir.
Sentada na beira da cama, com os pés descalços encostando no carpete macio, ela mantinha uma das mãos sobre o ventre ainda liso, como se aquilo pudesse aplacar o estranho tumulto que sentia por dentro. Não havia sinais visíveis ali — ainda não—, mas seu corpo já parecia diferente. Desajustad