Olivia despertou com os primeiros raios de sol filtrando-se pelas frestas da janela. Por fora, seu corpo parecia calmo — mas por dentro, era um turbilhão. O coração batia acelerado, não de susto, mas de certeza. Aquela manhã não era como as outras. Era o dia. O dia em que sua vida mudaria para sempre.
A decisão que lhe pesava a noite inteira agora parecia mais leve — mas também mais urgente. Já não podia adiar. Precisava contar a Salvatore.
Levantou-se devagar, os movimentos contidos, como se o silêncio do quarto pudesse protegê-la por mais alguns segundos da tempestade que se avizinhava. Parou diante do espelho e se encarou. Os olhos estavam ligeiramente inchados, a pele pálida, os lábios entreabertos numa hesitação muda.
— Hoje... — murmurou, com a voz trêmula. — Hoje você vai saber.
A cozinha cheirava a café fresco, como sempre. A chaleira ainda chiava suavemente. Salvatore estava lá, mangas da camisa preta dobradas até os cotovelos, o corpo levemente inclinado. A luz da ma