O dia amanhecia lentamente sobre o hospital, tingindo os corredores de um cinza pálido. O som dos passos ecoava baixo, misturando-se ao leve bip dos monitores. Dentro da UTI, Rafael permanecia imóvel, o rosto sereno, respirando com a ajuda dos aparelhos.
Dona Helena estava ao seu lado, segurando-lhe a mão com ternura, como se o toque fosse capaz de trazê-lo de volta. Ao seu lado, Henrique observava em silêncio, o olhar cansado e o semblante preocupado.
— Ele parece mais tranquilo — murmurou Helena, passando os dedos pelo cabelo do filho.
— Está estável — respondeu o marido, com voz baixa. — E isso já é um sinal de força.
Ela assentiu, mas não desviou o olhar. Henrique então respirou fundo e falou com cuidado:
— Eu preciso ir até a empresa resolver algumas pendências, amor. Quer aproveitar e ir pra casa um pouco? Tomar banho, descansar… depois voltamos juntos.
Helena balançou a cabeça com firmeza.
— Não. Eu fico. Não vou sair daqui enquanto meu filho não abrir os olhos.
Henrique ia ins