O hospital repousava sob o silêncio inquietante da madrugada. Pelos corredores, apenas o som distante dos passos das enfermeiras e o leve zumbido dos aparelhos ecoavam, quebrando o ar pesado da tensão.
No quarto de hospital, a penumbra envolvia o corpo inerte de Rafael, que respirava com a ajuda dos tubos e do compasso constante do monitor cardíaco.
Por dias, aquele som mecânico era o único sinal de vida que restava — até que algo, naquela madrugada, começou a mudar.
Um leve movimento percorreu os dedos de Rafael. O cenho se contraiu, e um murmúrio quase imperceptível escapou de seus lábios secos.
— Isa... — chamou, como se a alma lutasse para emergir do corpo.
Do lado de fora, o Dr. Gustavo, que fazia sua ronda de rotina, parou subitamente ao ouvir o som. Entrou devagar no quarto, observando o amigo atentamente.
— Rafael? — murmurou, aproximando-se.
O corpo reagiu novamente. Um sussurro mais audível atravessou o ar:
— Isadora...
O coração de Gustavo disparou. Ele se inclinou sobre o