O carro serpenteava pela estrada estreita, ladeada por árvores altas que deixavam o sol brincar entre os galhos. O ar fresco das montanhas entrava pela janela entreaberta e bagunçava os cabelos de Isadora. Ela observava em silêncio a paisagem, como se tentasse gravar cada detalhe no coração.
No banco ao lado, Rafael dirigia firme, mas com uma serenidade rara. Uma das mãos controlava o volante, enquanto a outra permanecia entrelaçada à dela. Não havia música, não havia conversas longas, apenas aquele silêncio denso e confortável, onde os pensamentos gritavam mais do que palavras.
— Está quase chegando — ele disse, com um brilho quase juvenil nos olhos.
Isadora forçou um sorriso, mas por dentro sentiu o coração apertar. Tudo parecia perfeito demais, e a perfeição, para ela, era quase dolorosa.
Minutos depois, o carro entrou por uma estradinha de terra. No final, surgiu a cabana: simples, de madeira clara, com grandes janelas de vidro e uma varanda que parecia abraçar todo o vale. O verd