Enquanto Isadora tentava controlar o choro silencioso no banheiro, apoiada sobre a pia de mármore do resort, envolta pela iluminação suave que lançava sombras delicadas nas paredes bege e nos detalhes dourados do espelho ornamentado. O som constante da água escorrendo da torneira preenchia o ambiente com um ritmo quase hipnótico, como se tentasse acalmar a turbulência em seu peito. Rafael mantinha o olhar fixo na direção em que ela havia desaparecido. Por fora, seu semblante era de serenidade impenetrável. Por dentro, o desconforto de vê-la tão frágil fazia o estômago dele se revirar — um sentimento que ele não queria nomear.
Chamou o garçom com um aceno discreto.
— Retire os pratos, por favor. E traga duas sopas de batata com couve e alho-poró. Algumas torradas também. Mantenha o suco de laranja. — Sua voz era firme, mas baixa, como se quisesse manter a discrição em tudo o que fazia por ela.
O garçom assentiu com respeito, já habituado ao padrão exigente de Rafael Duarte.
No banheiro