(Ceci)
— Você tá respirando? — a voz da Lívia quase estourou meu tímpano no primeiro áudio da manhã.
Suspirei fundo, prendendo o cabelo num meio-rabo e tentando convencer a mão a parar de tremer.
— Ainda. — enviei um audio em resposta, a voz baixa, como se o ar fosse pouco.
“Meu segundo dia.”
Escolhi uma calca jeans de lavagem clara, que caia perfeitamente em mim, uma blusa social azul escuro, um blazer creme e um tenis confortavel da mesma cor.
O sol de Veridiana já queimava forte, o ônibus chacoalhava, levando operários, estudantes e trabalhadores. Eu olhava pela janela, e parecia impossível acreditar que meu destino não era mais o Café Lótus, mas o Instituto Bellucci.
Quando atravessei o saguão às 7h42, respirei fundo. Eu precisa chegar antes. Ser a primeira. Não chamar atenção pelos erros, mas pela disciplina.
Na minha mesa, uma pilha nova de relatórios me aguardava. Planos de comunicação para a expansão da UTI neonatal, cronogramas, orçamentos. E, no topo, um post-it elegante, a