Pela manhã, eu e Ronaldo estávamos tomando café com a família, aquele momento simples, mas tão importante para mim. Era como um escudo silencioso antes de enfrentar mais um dia de julgamento. Pelo que o advogado nos disse, as chances de João sair livre eram quase nulas e isso me trazia um alívio que eu nunca tinha sentido tão profundamente.
— Ele é tão bonzinho, Margarida. — minha sogra comentou, encantada, olhando para Jake, que dormia profundamente no colo do pai. — Parece mesmo com o pai.
Todos rimos.
— Eu tive muita sorte mesmo. — respondi, com um sorriso que nasceu sozinho ao ver Ronaldo ajeitando o bebê com cuidado, enquanto Emma tentava subir na cadeira para alcançar o irmão.
Aquela imagem, meu marido com nossos filhos, minha família reunida, o cheiro de café, a mesa cheia, era a prova viva de que eu tinha reconstruído algo precioso depois de anos de dor.
Mas o relógio seguiu, impiedoso. E logo chegou a hora de irmos.
Ronaldo segurou minha mão quando nos levantamos da mes