Ronaldo
Margarida parecia mais calma, sem sinais de sobrecarga emocional. Era o momento certo. Eu não queria mais esconder nada dela — estava decidido: essa noite, eu contaria tudo.
Esperei por ela na sala. Íamos ao restaurante italiano do Luigi. À noite, o ambiente era mais reservado, acolhedor. Meu colega já sabia onde gosto de sentar, uma mesa afastada, longe do barulho e das pessoas.
Ouvi o som dos saltos no piso de madeira e, ao virar o rosto, lá estava ela. Descendo a escada com a elegância de quem não precisava fazer esforço para chamar atenção. Vestia um vestido azul, justo no corpo, salto alto, cabelo solto e uma maquiagem leve. Estava… magnífica.
— Você está linda. Não, não... você é linda, doce Margarida — falei, segurando sua mão e beijando seus dedos com reverência.
— Você é um galanteador, sabia, senhor Valvani?
— Está surtindo efeito?
— Sim... sim, está — respondeu, com um pequeno sorriso tímido.
Como eu disse... essa mulher vai acabar com a minha sanidade.
O