Ronaldo
— Você está apaixonado — ouvi a voz do meu pai atrás de mim.
Todos estavam dentro de casa, cantando e dançando músicas infantis com Emma. Subi para vestir uma roupa mais confortável, mas estagnei, parado em frente à cama, olhando para ela... pensando em tudo.
Virei-me em direção a ele e suspirei:
— Eu não sei, pai. Nós...
— Não foi uma pergunta, meu filho. Eu estou afirmando. Você está apaixonado — garantiu.
— O senhor acha?
— Ora, menino, não seja idiota. Dá pra ver na sua cara — riu. — Vocês pararam de se beijar às escondidas pelos cantos?
— Pai... — protestei.
— O quê? Somos homens. Você não é mais aquele menininho...
— Nós fizemos, pai... nós dois... e foi... diferente de tudo o que já vivi — confessei baixinho. — É porque é com ela.
— Eu acho que você está demorando demais pra contar a verdade a ela — reclamou.
— Não posso. Não agora. Vou esperar as coisas se acalmarem. Eu descobri uma coisa, pai. Uma coisa que pode destruir ainda mais o coração