Margarida
Dias depois
Hoje acordei perfeitamente bem. É como se eu nem tivesse estado doente nos últimos dias. O ar parecia mais leve, o sol invadia as janelas com uma delicadeza quase simbólica. Senti uma fome de leão quando desci e vi aquela mesa cheia de coisa gostosa.
— Mamãe, hoje é sábado. — Emma afirmou, com aquela voz doce de quem já estava tramando algo.
— Sim, querida. Como você está? — beijei sua testa.
— Bem, mamãe. A gente podia ir ao parque hoje. — falou animada, os olhos brilhando.
— Você quer? Vamos pedir ao seu pai. — sorri.
Quando levantei, percebi que Ronaldo já não estava na cama. Nem senti quando saiu. Será que teve que sair cedo? Nem tomou café?
— Bom dia, moças.
Ouvi sua voz às minhas costas. Ele estava ali, de pé na porta da cozinha, com a manga da camisa dobrada até os cotovelos e os olhos em mim. A mão dele pousou no meu ombro e, por um momento, meu corpo gelou por dentro — mas não de medo ou desconforto... era outra coisa.
Uma descarga e