Margarida
Acordei com o som suave da floresta ao nosso redor. A brisa era fria, mas meu corpo estava aquecido, envolto no calor firme de Ronaldo. Ele dormia de frente para mim, o braço forte me protegendo, a respiração profunda e tranquila como uma canção de ninar.
Ainda estávamos nus, envoltos apenas pelo lençol leve. Olhei para ele sob o tecido — seu corpo grande, relaxado, a beleza bruta e serena que ele carregava mesmo em repouso. Tão real, tão... lindo.
— Está me olhando assim porque quer voltar pra casa... ou porque, talvez...
— Você está acordado?! — me assustei, ofegante.
— Eu disse que te protegeria essa noite. — murmurou, abrindo os olhos, aqueles olhos intensos que pareciam enxergar minha alma.
— Eu estava só... eu...
— Diga. — pediu com firmeza, a voz baixa e penetrante. — A noite ainda não acabou, Margarida.
Nossos olhares se encontraram, carregados de algo prestes a explodir. Ronaldo segurou meu queixo, e sua boca encontrou a minha, em um beijo que dizia