Ronaldo
Eu andava de um lado para o outro no quarto como um idiota ansioso, com as mãos nos bolsos e o coração batendo acelerado. Olhei pela janela no exato momento em que Margarida se aproximou de Emma. Vi quando ela se abaixou, quando a puxou para o colo com um cuidado que me desarmou. E então... colocou algo nas mãos da minha filha.
As duas se abraçaram.
E aquilo me atingiu como um soco no peito.
— Filho?
A voz do meu pai me tirou do transe. Virei-me e o encontrei parado na porta, os braços cruzados, me observando como quem já sabia de tudo.
— Sim? Está precisando de mim?
Ele deu uma risada baixa.
— É o contrário. Você é quem está precisando de mim?
Apenas o encarei, em silêncio.
— Emma parece se dar muito bem com Margarida — comentou, se aproximando. — Eu arriscaria dizer que a menina a escolheu, meu filho. E você sabe disso.
— É... parece que sim — murmurei, desviando o olhar de volta para o jardim.
As gargalhadas de Emma ecoavam até ali, puras e soltas com