Margarida
O travesseiro parecia… diferente.
Algo firme, quente.
Abri os olhos devagar, ainda meio tonta de sono. E então percebi. O que estava sob minha cabeça… não era um travesseiro. Era um braço. O braço de Ronaldo.
E eu… eu estava com o braço ao redor dele.
O susto subiu como um choque. Meu coração disparou e, por reflexo, afastei o braço, como se tivesse encostado em algo proibido. O que ele pensaria? O que Ronaldo pensaria ao me ver assim, enlaçada nele?
— Se assustou? — ele perguntou, a voz baixa, ainda rouca da manhã.
— Ahh! — ofeguei, sentando meio de lado. — Desculpa, eu… não quis…
— Eu não quis te assustar — disse com calma. — Você parecia com muito sono.
— Espera… você já estava acordado? — perguntei, quase sem acreditar.
— Há quase meia hora — respondeu, com uma expressão tranquila demais para quem estava com alguém dormindo em cima de si.
— Ah… eu… — comecei, sem saber onde queria chegar.
— Dormiu bem? — perguntou.
A pergunta saiu como uma tentat