Margarida
Não consegui dormir. Passei a madrugada inteira relendo os documentos que Ronaldo havia deixado comigo. Cada linha, cada assinatura, cada número… Era real. Mas o que isso realmente significava? Era só uma jogada de negócios… ou algo mais?
Quando finalmente peguei no sono, já era quase manhã. E mesmo nos meus sonhos, algo insistia em me chamar.
— Margarida? Eu voltei… — dizia uma voz infantil, cheia de vida, rindo.
Aquela voz me invadia como um eco antigo, familiar… doce e doloroso ao mesmo tempo. Eu não conseguia ver o rosto do menino, mas algo dentro de mim dizia que ele era importante, essencial. Como se fizesse parte de mim… como se um dia tivesse feito falta.
Mas antes que eu pudesse entender, outra voz me puxou de volta à realidade.
— Margarida? Você está bem? — era Emma, parada na porta do quarto, os olhos arregalados de preocupação.
Sentei-me rapidamente na cama, ainda meio confusa.
— Emma, querida… estou bem, só tive um sonho estranho.
— Filha, o qu