58. Confrontando Kairos
Entrei na sala de Kairos sem bater na porta. Nem pensei, simplesmente abri e invadi o espaço dele com a raiva ainda queimando dentro de mim. Ele estava de pé, perto da janela panorâmica, falando ao telefone. Quando me viu, franziu o cenho, e em silêncio encerrou a ligação com uma calma que só me irritou ainda mais.
—Feche a porta, Mia. —A voz dele saiu baixa, firme, quase uma ordem.
Eu obedeci, mas não pela vontade dele. Fechei porque não queria que ninguém escutasse o que estava prestes a dizer.
—Você enlouqueceu, Kairos? —Minha voz tremeu, mas não de medo, e sim da fúria acumulada. —Você realmente achou que podia decidir sobre a minha vida sem ao menos me contar?
Ele arqueou uma sobrancelha, vindo em minha direção devagar, como se tivesse todo o tempo do mundo.
—Do que você está falando?
Dei um passo à frente, tentando controlar a respiração. Tirei da bolsa o papel que Noah havia me mostrado, aquele com os dados dele, e joguei sobre a mesa de vidro.
—Disso! —Apontei para o do