57. Por de baixo dos panos
Acordei com a claridade suave que atravessava as cortinas do meu quarto. Pisquei algumas vezes, ainda sonolenta, e a primeira coisa que fiz foi procurar pelo calor de Kairos ao meu lado. A cama estava vazia. O espaço onde ele havia dormido ainda guardava o amassado do corpo dele, mas estava frio, indicando que já fazia algum tempo que tinha se levantado.
Franzi a testa, intrigada. Ele não era exatamente do tipo que acordava cedo sem um motivo. Meu coração acelerou levemente, tomada por uma curiosidade inesperada. Coloquei a mão no rosto e respirei fundo, tentando despertar de vez.
Deslizei os pés para fora da cama e caminhei pelo apartamento em silêncio, como se não quisesse quebrar a tranquilidade da manhã. Foi quando o encontrei.
Kairos estava sentado à mesa, apenas de calça, o torso exposto, iluminado pela luz suave que vinha da janela. À sua frente, havia uma mesa posta com diversos itens: frutas frescas, pães, geleias, café, e no prato dele alguns ovos mexidos que exalava