55. Entre Confidências
O fim de semana passou como se fosse um sopro. Tudo em volta parecia conspirar para que eu acreditasse que estava vivendo um sonho que não tinha hora para acabar. Houve risadas, passeios leves, pequenos gestos que me deixaram com a impressão de que Kairos e eu éramos um casal de verdade. Ele não reclamou de nada, pelo contrário, parecia se divertir com cada detalhe, até mesmo quando meus primos o cercavam de perguntas ou quando minha mãe insistia em oferecer mais comida.
Durante os dois dias, percebi nele uma versão mais suave, menos blindada. Era como se, longe dos arranha-céus e das salas envidraçadas da empresa, Kairos pudesse simplesmente existir sem carregar o peso de cada decisão em seus ombros. Nós conversamos sobre memórias, rimos de coisas banais e até discutimos qual sobremesa era melhor: o pudim da minha tia ou o bolo da vizinha que apareceu de surpresa. Houve também momentos de silêncio que, em vez de desconfortáveis, eram cheios de significado.
Por mais que houvesse algo