56. As dúvidas que ficaram
O resto do dia parecia se arrastar. Depois do almoço com René, minhas mãos ainda tremiam discretamente sobre o teclado. A revelação sobre Victoria não saía da minha cabeça. Ele não tinha dito muito, mas foi o suficiente para acender uma chama de desconfiança que agora queimava de forma incômoda dentro de mim.
“Passa para ela.” A frase de Kairos ecoava na minha memória, como se estivesse gravada em alto-relevo. Agora fazia sentido que estivesse relacionada a Victoria. Mas o que ela teria a ver com aquele tom de fúria, quase de ameaça, que eu ouvi na voz dele?
Fingi concentração em relatórios e reuniões, mas a verdade é que minha mente estava em qualquer lugar, menos no trabalho. Olhava de relance pela sala, esperando encontrar Kairos, mas não vi sinal dele durante todo o expediente. A ausência dele tornava a inquietação ainda maior.
Quando o relógio marcou seis e meia, eu não sabia se me sentia aliviada ou decepcionada por não cruzar com ele. Peguei minhas coisas e fui embora, tenta