20. O apartamento
Kairos permaneceu de pé, imóvel, e seus olhos escuros se voltaram para mim, e eu podia sentir a firmeza em sua presença.
Ele não parecia abalado com a visita inesperada de Noah. Ao contrário, havia nele uma serenidade autoritária, como se já tivesse calculado cada passo. Eu me sentia dividida entre gratidão e receio; gratidão por ele estar ali, ao meu lado, e receio pela forma como sua presença parecia engolir todo o espaço ao redor.
— Você não vai dormir aqui hoje. — disse de repente, a voz baixa, mas cortante.
Virei o rosto para ele, surpresa.
— Como é?
Kairos deu alguns passos em minha direção, a expressão inabalável.
— Vai comigo para o meu apartamento.
Um arrepio percorreu minha espinha.
— Eu… não acho que isso seja uma boa ideia. — tentei argumentar, erguendo as mãos como se precisasse criar uma barreira entre nós. — Nós, tudo isso, não sei se isso é certo.
Ele franziu levemente o cenho, a paciência se desfazendo.
— Mia, não invente desculpas. Você não va