Quando os Muros Caem
O sol mal havia tocado o topo das árvores quando os primeiros carros chegaram. Uma pequena fila se formava no portão lateral do Refúgio, onde Clara aguardava com uma prancheta nas mãos e o coração batendo acelerado. Cada nome que lia correspondia a uma busca, uma história entrelaçada ao medo e à esperança.
Alfredo, ao seu lado, mantinha o olhar atento. A segurança era prioridade, ainda que o momento fosse de pura emoção.
— Estão chegando todos de uma vez ele comentou, ajustando discretamente o rádio no ombro.
— Não podemos deixar que isso vire um tumulto.
— Vamos fazer com calma. Respondeu Clara, firme, mas com um brilho nos olhos.
— Esse dia é importante demais.
O protocolo era claro:
Checagem de documentos.
Cruzamento de informações.
Reconhecimento supervisionado.
Nada podia dar errado.
Luna com sua barriga bem proeminente liderava a equipe de acolhimento, enquanto Giovana e Paola organizavam as crianças em grupos, preparando-as para os possíveis reencontros.