O sol mal tinha rompido no céu quando Paola saiu da estufa, suada e com as mãos sujas de terra.
Ainda era cedo, mas ela já havia distribuído tarefas, ajudado Clara com os pequenos e anotado as pendências para enviar a Giovana.
Quando viu Mateus se aproximar com aquele olhar determinado, soube que algo importante viria.
Ele parou à sua frente, tirou as luvas de couro, e segurou as mãos dela, ainda com cheiro de hortelã.
— Preciso falar com você. Disse, sem rodeios.
Ela arqueou as sobrancelhas, mas sorriu.
— Claro. Aconteceu algo?
— Aconteceu, sim. Aconteceu que eu te amo. Que você é minha luz nesse caos todo. E que esperar mais... é desrespeitar tudo o que a gente construiu com tanto sangue, dor e esperança.
Paola não piscava. O coração batia alto no peito.
— Você quer…
— Casar com você. Agora. Antes que a guerra nos roube mais um instante.
Ela o encarou por segundos que pareceram eternos, e então assentiu com os olhos brilhando.
— Então vamos casar. Com vento, sem flores, com família,