Ponto de Vista de Andreas
Quando a porta da sala do Conselho se abriu, senti meu coração parar. O ar mudou. Uma energia antiga, selvagem e sagrada tomou conta do ambiente como uma onda avassaladora. Minhas costas se eriçaram, meu lobo se curvou dentro de mim, uivando em reverência e medo.
E então ela entrou.
Mara.
Minha filha… e ao mesmo tempo, absolutamente não minha filha.
A luz da lua parecia acompanhar cada passo, mesmo dentro do salão fechado. Seus olhos não eram os dela — não aqueles que eu vi quando era apenas um bebê em meus braços. Agora brilhavam como dois eclipses prateados. Duros, infinitos, imortais.
A Deusa Selene tomava o corpo da minha menina.
E, naquele instante, cada ser naquela sala compreendeu que não estavam diante de uma princesa, nem da herdeira da alcateia. Estavam diante da encarnação viva da própria lua, da mãe de todos os lobos.
E o efeito foi imediato.
Os vampiros ficaram imóveis, rígidos como mármore rachado, incapazes de manter a altivez natural que sempr