A noite avançava silenciosa sobre o Refúgio, e cada estrela parecia brilhar com uma intensidade quase cruel, como se testemunhasse os segredos que todos preferiam enterrar. O vento frio passava pelas muralhas antigas, levando consigo o uivo distante dos lobos que patrulhavam a floresta.
Andreas permanecia em pé diante da janela do grande salão vazio, as mãos firmes no parapeito de pedra. Seus olhos estavam fixos na lua, mas sua mente se encontrava em outro lugar, em um tempo distante, no dia em que a velha sacerdotisa havia tomado sua filha nos braços. O peso daquela memória nunca o abandonara.
Passos leves quebraram o silêncio. Ele não precisou virar para saber quem vinha.
— Você está inquieto, Andreas — disse a voz baixa de Eva, carregada de cautela. — Não consegue esconder de mim.
Ele inspirou fundo, mas não respondeu. A bruxa se aproximou, sua presença sempre envolta em mistério, como se a própria noite a seguisse. Os longos cabelos negros caíam soltos sobre o manto, e seus olho