Ponto de Vista de Andreas
Eu sabia. Desde o instante em que Eva voltou com os gêmeos, eu soube.
Ela não disse tudo.
Seus olhos denunciavam, mesmo que sua boca tivesse sido cautelosa. A tumba vazia… não era apenas isso. Eva carregava o peso de uma verdade que não ousava dividir conosco. Mas eu não a pressionei. Não naquele momento.
Minha Annabelle já tinha o coração em pedaços. Não havia motivo algum para inflar sua esperança com perguntas que talvez nunca fossem respondidas.
Enquanto a abraçava naquela noite, senti seu corpo frágil contra o meu. A lua entrava pelas janelas do Refúgio, iluminando a pele pálida dela, marcada por anos de dor, de espera, de busca incessante pela filha perdida.
Ela respirava fundo, tentando acreditar em minhas palavras, mas eu podia sentir o tremor em suas mãos.
— Mara não pode ser nossa filha — eu disse, firme, como se a força da minha voz pudesse apagar aquela possibilidade de sua mente. — Ela não é loba. Se fosse… nós teríamos sentido, desde o primeir