A escuridão.
Não apenas ausência de luz.
Um véu entre os mundos, um limiar onde mentes fragilizadas tornavam-se portas abertas para quem soubesse como entrar.
Donaldo flutuava entre sombras e sussurros, atravessando o limiar entre o sono e a vigília. A Umbrasonance havia se tornado instintiva para ele agora, tão natural quanto respirar.
E essa noite, ele tinha um novo visitante.
O sonho do garoto se formava diante dele como um espelho quebrado. Imagens fragmentadas de um vilarejo simples, o cheiro de lenha queimando, o ranger da madeira das casas. Mas tudo distorcido, coberto por um filtro cinza, como se algo essencial tivesse sido arrancado daquele lugar.
O menino estava lá.
Sozinho.
Ele se assentava sob uma árvore retorcida, as sombras se espalhando a seu redor como raízes afiadas, seu rosto jovem, mas os olhos… os olhos já conheciam um tipo de sofrimento que nenhuma criança deveria suportar.
Donaldo pousou suavemente sobre o solo onírico, seu corpo fundindo-se ao cenário c