A lua, cheia e espectral, pairava solitária no céu sem nuvens, lançando sua luz pálida sobre as vastas terras do rancho de Calixto. O farfalhar do vento acariciava os campos de trigo, criando um murmúrio rítmico e tranquilo.
Mas naquela noite, a tranquilidade não passava de uma ilusão.
Calixto, um fazendeiro de mãos calejadas e olhar perspicaz, olhava para o horizonte como se pudesse enxergar além do escuro. Ele sentia o cheiro da noite, o gosto do vento, o peso oculto do presságio que se escondia na penumbra.
Então, o som de cascos soou na estrada de terra.
Dois cavaleiros surgiram da névoa, suas silhuetas vacilantes sob a luz das lanternas penduradas no rancho. Um homem e uma mulher, ambos exaustos, cobertos de poeira da estrada.
E, nos olhos deles, o tipo de desespero que nenhum viajante deveria carregar.
Calixto apertou os olhos ao ver o casal desmontar com pressa. O homem era um rancheiro robusto, de ombros largos e mãos fortes, mas sua postura carregava um peso invisível. A mulh