Aquela foi mais uma noite difícil para Malú, os mesmos pesadelos lhe assombravam: tiros, o governador, Dante, Nicolas... E, como em todas as vezes, acordava assustada. Ela se sentou na cama e prendeu os cabelos em um coque enquanto respirava rápido demais.
Passou horas pensando em como Dante estaria nervoso com sua fuga e acreditava que, em algum momento, ele lhe procuraria. E isso lhe causou uma confusão de sentimentos.
Assim que desceu para a cozinha, Ramón já havia preparado uma mesa impecável. Malú se sentou animada, estava faminta e ele a levaria até o hospital para ver seu pai.
— Bom dia.
— Bom dia. Dormiu bem?
— Sim — ela mentiu.
— Se você quiser, a gente passa no caminho para você comprar algumas roupas — Ramón falou ao notar que ela vestia a mesma calça e blusa do dia anterior.
— Seria bom, mas estou sem dinheiro...
Ele sorriu satisfeito.
— Inclusive, você recebeu o seu salário deste mês, fiz as transferências dos pagamentos há dois dias.
Malú ficou por um instante sem pisc