No momento em que as palavras saíram de sua boca, ela desejou ter mordido a língua.
Os olhos azuis dele ficaram mais escuros, e a fixaram com evidente raiva.
- Não é tão fácil esquecer alguém a quem nós odiamos, querida noivinha. Você já odiou alguém?
-Não, nunca. A vida é curta demais para cultivar tal sentimento.
Ela se esforçava para não deixá-lo ver que tremia.
- O ódio é uma emoção poderosa, sabia querida? Não devia menospreza-lo assim. Ele é o outro lado do amor.
- Tudo o que sei é que isso pode perturbar a mente e destruir a pessoa que o sente. Não vale a pena.
- Então você pensa que eu deveria tentar deixar de odiá-la? - indagou, zombeteiro.
Dafne ficou em silêncio, se recusando a responder. Então, Cézar resolveu pressioná-la.
- E como recomendaria que eu deveria agir?
- Pode ser que, se você não a culpasse por tantas coisas...
- Tais como?
- Bem... pela morte de seu meio-irmão e por abandonar a Lavínia, por exemplo.
As pesadas pálpebras dele abaixaram-se, e os longos cílios e