Porto Alegre – Rio Grande do SulDafneDa janela da pequena sala de espera, vizinha ao berçário, Dafne observava a chuva caindo no Jardim Europa. Gotas grossas e frias, caindo de um céu noturno, arrebentando-se contra a vidraça, e envolvendo tudo num manto branco.De repente, estremeceu.A chuva sempre fazia ela se lembrar, trazendo de volta ao passado, com clareza cruel. Mas, com o passar dos anos, será que a dor diminuiria, e as cicatrizes emocionais iriam sarar, como as físicas tinham desaparecido?O espelho não mostrava mais nenhum sinal delas, e mesmo os sensíveis dedos não podiam encontrá-las. Certo, Dafne ainda tinha as faces encovadas, e parecia mais velha do que era, mas, por ironia, com as faces remodeladas, agora estava quase bonita, enquanto antes era apenas atraente.Uma batida na porta a despertou dos devaneios.- Espero não estar te incomodando, Dafne. – Luiza Garcia sua patroa, era sempre muito polida, bem como agradável e amiga. - Só que pensei que você deveria saber
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