Eu estava nervosa. Já não tinha desculpas para evitar minha volta para casa. Sentia um nó no peito ao pensar na reação do meu filho, na reação de Alex, na reação da minha família. Por isso, continuei procrastinando.

Mas, em meio à minha hesitação, vi um anúncio: O governo da Pérsia estava revisando sua Constituição a favor dos direitos das mulheres.

A notícia me atingiu como um choque elétrico. Meu coração disparou, meu corpo reagiu antes mesmo da minha mente processar o que aquilo significava. Saltei e gritei de alegria.

- Eu consegui!

A felicidade me inundou, impossível de conter. Eu publiquei nas redes sociais:

- Tomem essa! Todos vocês que duvidaram de mim! Todos vocês que disseram que eu não iria conseguir!

Voltar para casa agora seria diferente. Minha família teria coragem de me menosprezar sabendo que eu havia feito história? Queria ver minha mãe me dizer que perdi tempo, queria ver meu pai, meus irmãos, minha tia, o conselho, todos eles terem a audácia de diminuir o que c