CAPÍTULO 41.
A sala de estar está um caos. O cheiro do álcool e do sangue misturado com o cheiro de remédios paira no ar, criando uma atmosfera quase intoxicante. Eu a vejo lá, no meio de tudo isso, e não consigo evitar a mistura de sentimentos que me invade. Ela é a mulher que eu amo e odeio ao mesmo tempo.
Ela se move com uma confiança que só as verdadeiras rainhas da máfia possuem. Suas mãos ágeis manuseiam os instrumentos médicos como se fossem extensões do seu corpo. Cada ordem que ela dá aos enfermeiros é clara, firme e direta. Não há espaço para hesitação ou fraqueza ali. Ela é uma força da natureza, e eu sou apenas um espectador, hipnotizado pelo espetáculo.
Os feridos estão espalhados pela sala, alguns gemendo de dor, outros em silêncio, com expressões que refletem o desespero. Mas ela não se deixa abalar. A forma como ela se inclina sobre eles, examinando feridas e fazendo perguntas rápidas, é quase poética. É como se ela estivesse dançando em meio ao caos, e eu não consigo desviar o olh