A viagem que normalmente levaria um dia e meio, nós fizemos em apenas um dia. Meu sogro dirigia, eu sentado ao seu lado no banco da frente. Atrás, Helena vinha com sua mãe e sua tia — Iris. Sim, agora eu sei seu nome; ouvi minha sogra pronunciá-lo diversas vezes durante o caminho. Iris segurou a mão de Helena durante toda a viagem. Eu e meu lobo estávamos quase enlouquecendo de vontade de afastar todos de perto dela e abraçá-la até vê-la melhorar, mas me contive. Não posso ceder aos meus surtos obsessivos, não agora. Preciso pensar nela, no nosso filho. Ainda teremos a vida inteira para ficarmos juntos, um ao lado do outro.

Quando chegamos à casa, tudo já estava preparado. Todos os aparelhos médicos estavam montados, prontos para receber minha oncinha. Iris permaneceu segurando sua mão até que colocaram a máscara do respirador nela. Agradeci por tudo que ela havia feito por minha mulher. Ela, com olhos marejados, respondeu que era ela quem estava agradecida — pois, graças ao que fizem