Nosso beijo.
Os lábios dela são ainda melhores do que imaginei. Eu poderia passar horas provando esse sabor maravilhoso, mergulhando no calor que ela exala. Sinto Helena empurrando meu peito, as mãos pequenas tentando me afastar, mas não me mexo. Só quero aproveitar esse instante nosso enquanto ainda posso. O tempo parece parar, a casa silencia, o mundo inteiro desaparece. Percebo que ela cede ao beijo, hesitante no início, mas logo seus lábios se movem com os meus. Aprofundo o beijo, seguro sua cintura com mais firmeza, soltando-a apenas quando ficamos sem fôlego.
Olho para seu rosto, os olhos ainda fechados, os cílios tremendo. Ela os abre e me encara em silêncio. Por um segundo vejo um brilho diferente, quase um lampejo do que já fomos, mas não demora a desaparecer. Preparo-me para o ataque de raiva dela. Achei que levaria pelo menos um tapa, mas não. Ela apenas aperta os dentes, os olhos mudando de tonalidade pela fúria, e começa a falar entre eles:
— O que você pensa que está fazendo? Você e