Mostrando a quem Theo pertence.
Para quem nunca dividiu o quarto com ninguém, até que eu durmo bem. A claridade suave da manhã entra pelas cortinas e, quando abro meus olhos, dou de cara com Theo me encarando. Ele está sentado na beira da cama, o corpo levemente inclinado para frente, como se estivesse me estudando. O olhar dele é quente, profundo, e por um segundo acho que ele vai me beijar na boca. Em vez disso, ele sorri de canto e encosta os lábios na minha testa, com um carinho que me desmonta.
— Bom dia, oncinha — ele murmura, com a voz rouca de sono.
— Bom dia, ogro. Faz tempo que você está acordado? — pergunto, espreguiçando os braços.
— Tem um tempinho. Estava aqui admirando você roncando.
Eu rio e balanço a cabeça.
— Mentiroso, eu não ronco, não.
— Ronca, sim. Igual a um urso quando está hibernando — provoca, arqueando uma sobrancelha.
— HAHAHA! Você acorda assim diariamente? Porque, se for, peço outro quarto ainda hoje.
— Esse é o efeito de te amar — diz ele, inclinando-se para me roubar um selinho