Dezoito anos de Ana.
Chegamos à festa, e assim que meus pés tocam o chão, sinto aquele misto de ansiedade e nostalgia. O som da música vibra no ar, misturado ao cheiro de perfume, bebida e natureza ao redor. Procuro Ana com os olhos, e logo a encontro no centro da pista, dançando com Tony como se não houvesse amanhã. Aproximo-me, meu coração já acelerando pela alegria do reencontro. Abraço os dois com força; é como se estivesse vivendo um momento antigo, repetido, quase ritualístico, pois sempre comemoramos os aniversários um do outro juntos, desde crianças.
— Como está a aniversariante mais linda de toda a alcateia? — pergunto, sorrindo largo, tentando passar em palavras tudo o que sinto.
— Feliz porque a amiga mais maravilhosa dela chegou! — Ana responde rindo, com aquele brilho nos olhos que sempre me fez acreditar na bondade dela.
Abraçamo-nos outra vez, e sinto o calor do corpo dela, a energia viva que pulsa no momento. Logo os outros amigos se aproximam, formando aquele círculo que sempre criamos