Já eram 23:00 e Liz ainda não estava no quarto, e estava inquieta, resolvi sair para procurá-la, pus um agasalho pois estava frio, uma noite chuvosa, a noite esse lugar causava arrepios, não conseguiria dormir sozinha.

Pus uma pantufa para não fazer barulho caminhando pelos corredores. Atravessei a ala dos dormitórios e segui em direção a biblioteca, quando chegue lá, Liz não estava, mas me encantei pelos livros, foi então que vi uma luz saindo de um corredor de livros, me aproximei achando que podia ser a Liz, quando cheguei perto a luz desapareceu, mas um livro me chamou atenção, era um livro feito a mão, com desenhos, até que vi uma mulher semelhante a mulher que eu desenhava, não sei porque mas eu sempre a desenhava, embaixo de sua imagem estava escrito o nome dela, Luz...

- O que faz aqui a essa hora, não sabe que é proibido?

Dei um pulo e quase caí, Simon me segurou tampando minha boca.

- Não grite, fale baixo, não podemos ser pegos, você não vai querer ir para o quarto branco.

- Me desculpe, não vi que estava aqui.

- Já está virando costume te segurar, tenha mais cuidado. O que faz aqui?

- Procurando pela minha colega de quarto.

- A Liz deve estar na cozinha, roubando comida, como sempre.

- Como sabe disso?

- Não fique com ciúmes, eu só costumo andar por aí e saber das coisas.

- Eu nem te conheço, porque sentiria ciúmes?

Ele deve ter visto como fiquei vermelha, eu estava tão nervosa, meu coração palpitando, minha respiração estava trêmula.

- Volte para o seu dormitório, se a Senhora Elisabeth te pegar você vai entrar em problemas.

- Eu já vou.

Simon me encurralou e olhou no fundo dos meus olhos, ficou ali parado, até que chegou mais perto, pôs uma mão contra a parede e a outra em minha cintura.

- Você tem algo que está me deixando louco, me diz o que é?

- Eu não sei.

- Vou te dar um conselho, se mantenha afastada de mim, eu sou problema.

Simon então apertou minha cintura com força, beijou meu pescoço, sua respiração ofegante, pus meus braços ao redor de seu pescoço, nos aproximamos mais, fechei meus olhos demonstrando a ele que poderia chegar mais perto, eu queria mais. Simon passou o dedo em meus lábios, então me pôs em seu colo, eu senti seu membro palpitando, ele me olhou e eu assenti com a cabeça, havia uma mesa de madeira ao nosso lado, ele me deitou na mesa e subiu em cima de mim, nos beijamos loucamente, eu precisava de mais, precisava senti-lo mais...

Quando abri meus olhos vi um nevoeiro com raios em cima da gente.

- Simon, olhe, o que é isso?

- Droga, corra Aurora!

- Ei, acorde querida, se apronte e vamos tomar café..

Que droga estava acontecendo, como vim parar na minha cama, será que eu estava sonhando? Não, impossível, aquilo não foi um sonho, Simon não foi um sonho, não podia ser...

- Onde você estava ontem a noite?

- Passei na biblioteca e voltei para o quarto, quando cheguei você já estava dormindo.

- Que horas eram quando voltou para o quarto? - 20:10, tomei banho e dormi também.

- Tem certeza?

- Sim, tenho. O que houve, teve um pesadelo?

- Acho que sim.

No café não vi Simon, nem Ravena, nem o pessoal que o Simon costuma andar, a diretora também não estava, alguma coisa estava errada...

- Soube da confusão com a Ravena, quer um conselho, só ignora, daqui a pouco ela desencana. Ela morre de ciúmes do Simon, eles ja namoraram, mas ela ainda insiste em ficar atrás dele, e se alguém se aproxima ela começa a infernizar, só se mantém longe do Simon que ela te deixa em paz.

- Vou me lembrar disso, por falar neles, não estou vendo eles por aqui...

- Minha tia vai ficar essa semana toda fora resolvendo questões da escola, e uma vez ou outra ela se ausenta, a turminha do mau aproveita e vai para a cachoeira, o tratamento deles é diferente, não sei porque mas são os privilegiados da minha tia, e os professores não deduram, então eles aproveitam.

- E para onde eles vão?

- Tem uma floresta atrás da escola, e não muito longe daqui tem uma cachoeira, lá é o refúgio deles. Nos fins de semana somos liberados para irmos a cidade ou aproveitar a piscina, ou ir até a cachoeira, mas ninguém se atreve a ir, lá é mais um lance da turminha do Simon.