Lorena
Tudo bem… eu entendia a dúvida dele. De verdade. Era compreensível, considerando tudo o que ele viu. Mas isso não fazia doer menos. A pergunta ficou ecoando por dentro, como se tivesse cutucado um machucado que ainda não cicatrizou. Mesmo assim, respirei fundo. Não queria criar uma cena ali. Não queria estragar o resto da noite.
Quando ele disse que íamos jantar e parou diante de um foodtruck, fiquei surpresa. Não era o tipo de lugar que eu imaginaria para o Felipe. Parecia… simples demais para ele. Humano demais.
Peguei o cardápio e fiquei olhando, lendo tudo e nada ao mesmo tempo. Era ridículo, mas eu tinha dúvida se podia mesmo escolher o que quisesse. A sensação era a de estar infringindo uma regra que nem existia ali. Então perguntei. Pedi permissão. Como sempre.
E, como sempre também, Felipe disse que eu podia escolher o que quisesse. A voz dele era gentil, mas isso não mudava o fato de que meu corpo reagia como se eu tivesse sete anos, e não uma mulher adulta. Eu não con