Felipe
Se era para fazer aquilo, que fosse direto. Nada de me esconder atrás de desculpas ou de deixar as coisas pela metade — não de novo.
A verdade é que eu mal dormi. A noite inteira fiquei virando de um lado para o outro, pensando nela… e no desgraçado do pai dela. Só de lembrar do hematoma nas costas de Lorena, meu estômago fervia. Aquele homem iria pagar. Nem que fosse a última coisa que eu fizesse.
Quando o dia clareou, eu já estava acordado. Levantei antes do despertador tocar, coloquei a roupa de corrida e fui para a rua. Precisava esvaziar a cabeça, precisava transformar a raiva em foco. Cada passo que eu dava era uma promessa silenciosa: eu não ia falhar com ela de novo.
Dessa vez eu ia confiar. Ia cuidar. E se ela quisesse — se ela deixasse — ela seria minha.
Enquanto corria, pensei no que precisava fazer. Eu queria conversar com ela, olhar nos olhos e dizer a verdade, sem me esconder atrás de orgulho ou de medo. E, se ela aceitasse ser minha namorada, eu já sabia qual se