— Dormiu bem?
— Sonhei… — ele hesitou — com uma mulher. Diferente de tudo que já vi.
Ana parou de costurar por um segundo.
— E o que ela te disse?
— Nada. Só me olhava. Mas havia algo nela. Como se… ela fosse parte do que está por vir.
Adam entrou com lenha nos braços e um olhar atento.
— O espelho ainda pulsa?
Liam assentiu.
— E cada vez mais forte. Mas o que me assusta não é o que vejo. É o que sinto. Como se houvesse algo em mim tentando escapar. Algo antigo.
— Talvez o ritual esteja se aproximando — disse Adam, sério. — E talvez você esteja sentindo o Segundo Véu.
Ana e Adam sabiam. Eles lembravam da última vez que esse véu havia sido tocado.
Helena. Gritos. O céu rasgado.
E o nascimento da perdição.
Nas profundezas do novo templo, o Ritual do Segundo Véu se preparava.
Caius usava uma túnica púrpura, os olhos marcados por insônia. Seus seguidores haviam esculpido um novo salão: paredes cobertas de espelhos côncavos, chão feito de ossos compactados e sangue seco. No centro, o altar