O sol nasceu tímido em Paris, filtrando-se pelas cortinas do apartamento como se soubesse que o dia carregava um peso bonito demais pra ser qualquer dia.
Allegra acordou antes do despertador.
Ficou deitada por alguns minutos, sentindo Louis ronronar ao seu lado, como se estivesse dizendo:
“Respira. Você chegou até aqui.”
Lá da sala, Sophia apareceu com duas canecas de café e olhos marejados.
— Você tá mesmo prestes a lançar um livro e abrir uma exposição solo na Galeria Montclair.
Eu tô em surto e nem é comigo.
— É com você também.
Se você não tivesse me acolhido, Paris teria me engolido.
— Paris não teria chance.
Você nasceu pra ser vista.
A galeria começava a se transformar em palco.
Camille andava de um lado pro outro com um walkie-talkie e uma lista nas mãos.
— As flores chegaram. Os convites foram todos confirmados.
O buffet está montando a mesa com vinhos brancos, vermelhos e espumantes.
E a equipe da editora já preparou o canto de autógrafos.
— Quantas pessoas devem vir? — perg