Paris os recebeu com céu limpo e vento leve.
Era começo de junho, e as árvores da cidade estavam no auge do verde, como se quisessem provar que tudo renasce — mesmo depois de um inverno longo demais.
Allegra desceu do carro com os olhos brilhando.
Mas era outro tipo de brilho.
Não o da fuga, nem o da dor escondida.
Era o brilho de quem retorna com firmeza nos pés e nome no cartaz.
No portão da Galeria Montclair, Camille esperava com os braços abertos.
— Ma chérie!
Você está aqui. E está… brilhando.
Você trouxe o sol com você?
— Eu trouxe quem eu sou agora.
— E isso é muito mais do que sol. É constelação.
Os dias que se seguiram foram corridos e cheios de encantamento.
O cartaz oficial da exposição solo estava por toda a cidade:
Allegra Bianchi
Depois do Silêncio – Uma exposição sobre sobrevivência, arte e recomeço
De 12 a 30 de junho — Galeria Montclair, Sala Principal.
Camille levou Allegra até o salão.
As paredes brancas esperavam pelas obras.
A luz natural invadia pelas janelas alt