Capítulo 52

O trem para Veneza partiu ao amanhecer.

Allegra segurava o caderno contra o peito, como se fosse um escudo ou um bilhete de entrada para um mundo onde sua alma poderia ser lida em voz alta.

Lucca estava ao lado, com o estojo do violino e um olhar tranquilo — como se já soubesse que algo mágico estava prestes a acontecer.

Nenhum dos dois falava muito.

A viagem inteira parecia embalada em silêncio respeitoso.

Não era nervosismo.

Era reverência.

A cidade da água surgia diante deles como um sonho antigo.

Os canais, as pontes, as gôndolas balançando sob o sol pálido de primavera.

Era um lugar fora do tempo.

E Allegra sentia que cada pedaço da cidade estava esperando por ela.

A Bienal estava montada nos antigos pavilhões restaurados de Arsenale di Venezia — um labirinto de arte viva, performances experimentais e ideias que respiravam pelas paredes.

O espaço reservado para Allegra era uma sala retangular, de teto alto, com janelas que deixavam a luz entrar em fendas douradas.

No centro, o pa
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