O avião pousou em solo italiano com um leve sol batendo na janela e o céu aberto, como se Nápoles estivesse fazendo o possível para parecer gentil.
Allegra olhou pela janelinha, tentando não prender o ar nos pulmões.
Ela não voltava à cidade desde a noite em que saiu com uma mala pequena, o coração partido e o medo agarrado na garganta.
Agora, voltava outra.
E mesmo assim… o chão parecia o mesmo.
Do lado de fora do aeroporto, o táxi a esperava.
— Para onde, signorina?
Ela hesitou por um segundo.
Depois, disse com voz firme:
— Centro histórico. Via dei Tribunali.
O carro percorreu ruas familiares com a velocidade que só os napolitanos têm coragem de sustentar.
As fachadas envelhecidas, as roupas estendidas nas varandas, os gritos misturados com riso e buzina.
Era o caos bonito que sempre existiu ali.
Mas que ela só enxergava agora, com olhos livres.
Desceu do carro na esquina de uma praça pequena, onde uma igreja antiga ainda se mantinha de pé como um guardião do tempo.
No banco de ped